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A evolução das previsões orçamentárias dos sete maiores do Nordeste (3 de PE, 2 da BA e 2 do CE).

A cada ano, as direções dos clubes de futebol precisam aprovar os orçamentos previstos junto aos conselhos deliberativos. Trata-se de uma estrutura histórica nos times tradicionais do país. No Nordeste, os sete maiores estimam um valor recorde em 2020: R$ 563 milhões. Isso corresponde a um salto de R$ 162 mi (ou +40,6%) sobre 2019. Quem puxa a fila é o Bahia, com R$ 179 milhões, embora o maior crescimento nominal tenha sido do Fortaleza, com R$ 52 mi a mais na projeção.

Em relação ao total, nada menos de 82,7% da receita estimada está concentrada nos quatro representantes na Série A – sem surpresa, uma vez que a verba de transmissão na TV tem impacto elevado. São R$ 466 milhões espalhados no quarteto. Contudo, é preciso dizer que os sete clubes aumentaram as suas projeções nesta temporada – algo longe de ser regra.

Nesta análise inicial, entram todas as receitas e despesas, numa previsão de cenários com superávit ou até mesmo déficit. Os cálculos para o faturamento contam cotas de televisão, renda dos jogos, patrocínios, mensalidade de sócios etc. São muitas variáveis, incluindo prêmios e negociação de jogadores. E isso muda de clube pra clube. O Bahia, por exemplo, projeta R$ 30 milhões em venda de direitos econômicos, enquanto o Náutico, mesmo com a perspectiva de venda, não considerou o cenário em 2020. Ou seja, vai da realidade (otimista?) ao tom conservador, influenciando inclusive na previsão do saldo no ano (afinal, receitas não contabilizadas poderiam reduzir o déficit, casos de Náutico e Sport). Qual é o modelo ideal?

Se os dados finais desta temporada serão maiores ou menores do que as respectivas previsões, saberemos apenas em abril de 2021, na divulgação dos sete balanços fiscais.

Análise dos orçamentos de 2020: Bahia, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa Cruz, Sport e Vitória.

O crescimento do G7 do NE e a distância do topo
Para ilustrar esta receita do G7, vale uma comparação com o Flamengo, o clube mais rico do país e, hoje, detentor dos títulos do Brasileirão e da Taça Libertadores. Desde 2013 numa reorganização administrativo-financeira, o rubro-negro carioca elevou o patamar de sua receita – de 400 mi para 700 mi. Nos últimos três anos, já com este salto, o cenário mais próximo em relação ao G7 foi em 2018, com R$ 39 milhões de diferença. A favor do Fla, diga-se. Pois é. A soma de Bahia, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa, Sport e Vitória não chega ao montante da Gávea. Em 2019 foi a maior a distância, próxima do dobro (R$ 349 mi a mais!). Em 2020, porém, diferença caiu para R$ 163 mi. A chance de competitividade, sobretudo na elite, parte de um equilíbrio neste cenário. É o mínimo.

A evolução absoluta das projeções de 2019 para 2020
1º) + R$ 52.372.000 – Fortaleza (+92,3%)
2º) + R$ 35.313.837 – Bahia (+24,5%)
3º) + R$ 30.424.786 – Ceará (+43,4%)
4º) + R$ 17.500.000 – Sport (+29,1%)
5º) + R$ 15.000.000 – Santa Cruz (+150,0%)
6º) + R$ 7.000.000 – Vitória (+15,5%)
7º) + R$ 5.034.120 – Náutico (+33,6%)

Expectativa sobre o resultado do exercício em 2020 (superávit/déficit)
1º) + R$ 13.950.000 – Santa Cruz*
2º) + R$ 1.053.680 – Ceará
3º) + R$ 1.000.000 – Vitória
4º) + R$ 78.935 – Fortaleza
5º) + R$ 74.000 – Bahia
6º) – R$ 2.996.800 – Náutico
7º) – R$ 4.600.000 – Sport
* O Santa foi o único a não dar a projeção de saldo; o valor só considera as despesas reveladas

A seguir, o ranking de orçamento e o período em que cada valor foi aprovado pelo clube. Enquanto o Bahia manteve a liderança na região, em relação à previsão, o Fortaleza saltou do 4º para o 2º lugar, com o Sport caindo para 4º, o seu pior cenário em muitos anos. Embora esteja na Série C, o tricolor lançou um orçamento maior que o do Náutico, que ascendeu à B.

Previsão orçamentária em 2020 (e o % sobre o G7)
1º) R$ 179.035.232 (31,7%) – Bahia (de 12/2019; Série A)
2º) R$ 109.072.000 (19,3%) – Fortaleza (de 12/2019; Série A)
3º) R$ 100.424.786 (17,8%) – Ceará (de 12/2019; Série A)
4º) R$ 77.500.000 (13,7%) – Sport (de 10/2019; Série A)
5º) R$ 52.000.000 (9,2%) – Vitória (de 12/2019; Série B)
6º) R$ 25.000.000 (4,4%) – Santa Cruz (de 10/2019; Série C)
7º) R$ 20.012.000 (3,5%) – Náutico (de 12/2019; Série B)

Total previsto no G7: R$ 563.044.018
Flamengo em 2019: R$ 726,2 milhões
Diferença para o G7: saldo negativo de R$ 163,1 mi (-28,9%)

Previsão orçamentária em 2019 (e o % sobre o G7)
1º) R$ 143.721.395 (35,8%) – Bahia (de 12/2018; Série A)
2º) R$ 70.000.000 (17,4%) – Ceará (de 12/2018; Série A)
3º) R$ 60.000.000 (14,9%) – Sport (de 10/2018; Série B)
4º) R$ 56.700.000 (14,1%) – Fortaleza (de 11/2018; Série A)
5º) R$ 45.000.000 (11,2%) – Vitória (de 01/2019; Série B)
6º) R$ 14.977.880 (3,7%) – Náutico (de 12/2018; Série C)
7º) R$ 10.000.000 (2,4%) – Santa Cruz (de 12/2018; Série C)

Total previsto no G7: R$ 400.399.275
Flamengo em 2019: R$ 750 milhões
Diferença para o G7: saldo negativo de R$ 349,6 mi (-87,3%)

Previsão orçamentária em 2018 (e o % sobre o G7)
1º) R$ 119.759.757 (27,3%) – Bahia (de 12/2017; Série A)
2º) R$ 108.382.297 (24,7%) – Sport (de 01/2018; Série A)
3º) R$ 102.000.000 (23,2%) – Vitória (de 03/2018; Série A)
4º) R$ 55.000.000 (12,5%) – Ceará (de 12/2017; Série A)
5º) R$ 24.000.000 (5,4%) – Fortaleza (de 12/2017; Série B)
6º) R$ 14.671.828 (3,3%) – Náutico (de 01/2018; Série C)
7º) R$ 14.000.000 (3,1%) – Santa Cruz (de 03/2018; Série C)

Total previsto no G7: R$ 437.813.882
Flamengo em 2018: R$ 477 milhões
Diferença para o G7: saldo negativo de R$ 39,1 mi (-8,9%)


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